O governo dedicou parte da segunda-feira, 18,
para desenhar estratégia de reação ao impeachment e tentar reverter a
situação no Senado. Nesta terça-feira, 19, a presidente Dilma Rousseff
teria discutido com auxiliares, inclusive, a possibilidade de ir a Nova
York para participar da Cerimônia de Assinatura do Acordo de Paris sobre
Mudança do Clima, na Organização das Nações Unidas (ONU), que ocorrerá na
próxima sexta-feira,22. Segundo interlocutores, a presidente pretende usar
a tribuna internacional para denunciar o que chama de "golpe",
com relação ao processo de impeachment em curso no Senado. Na semana passada, a viagem
dependia da não aprovação do processo de impeachment na Câmara no
último domingo, 17. Com a derrota, a viagem foi suspensa, mas agora, com a
estratégia de uma superexposição de Dilma para denunciar o que ela chama de
"golpe", a presidente voltou a discutir o assunto com seus
auxiliares, sem ainda uma decisão definitiva.O chamado "escalão
avançado" com seguranças e diplomatas, que prepara a visita da chefe de
Estado, deve chegar a Nova York nesta quarta-feira, 20. A ida do séquito de
Dilma, no entanto, não significa que a viagem está definida. A ideia é que
a presidente embarque nesta quinta-feira, 21, e volte no
sábado, 23.Em caso de viagem de Dilma, quem
assume o cargo é o seu vice-presidente Michel Temer, a quem Dilma tem acusado
de “traidor”, “golpista” e “conspirador”.Agenda. Além de Nova York, a agenda de Dilma com eventos populares será
retomada na próxima semana com uma viagem prevista a Salvador (BA). A viagem
deve ocorrer na segunda-feira ou terça-feira da próxima semana para uma
cerimônia de entrega de unidades habitacionais do programa Minha Casa, Minha Vida.