AO ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva avalia que a Lava Jato causará O impacto em “todos os partidos” e diz agora que o que chama de “exageros” da operação, somados ao desemprego e à crise econômica, tendem a produzir um movimento “queremista” por sua volta ao poder. |
“Para vocês posso dizer: eu serei candidato à
Presidência da República“, afirmou ele à deputada Luciana Santos (PE), que
comanda o PCdoB, e também a Orlando Silva (SP). A conversa ocorreu na
segunda-feira passada, em São Paulo.
Lula já encomendou ao
ex-ministro da Fazenda Nelson Barbosa, a Luiz Gonzaga Belluzzo e a professores
da USP, como Laura Carvalho, propostas para a confecção de um programa
econômico, como antecipou o Estado. O mote de sua plataforma será o estímulo ao
consumo “com responsabilidade fiscal”.
Mesmo o tradicional
aliado PCdoB, porém, já faz previsões para se descolar do PT, lançando o
governador do Maranhão, Flávio Dino, à sucessão do presidente Michel Temer.
Os petistas não têm
Plano B para o caso de Lula ser impedido de disputar a Presidência, se for
condenado na Justiça em segunda instância e virar ficha-suja. Hoje, ele é alvo
de cinco ações penais – três na Lava Jato -, mas, mesmo assim, lidera as
pesquisas de intenção de voto.
À beira de um racha,
o PT tem alas que veem com simpatia o aval a Ciro Gomes (PDT), caso Lula não
possa concorrer. A adesão a Ciro, porém, ocorreria somente em último caso. O
grupo que defende essa alternativa quer uma “operação casada”, na qual o
ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad seria candidato a vice. A hipótese nem
de longe tem a maioria do partido.