Cerca de 45 jovens atletas, com idade entre 16 e 20 anos, que vieram de Porto Alegre (RS) com a promessa de disputar o Campeonato Paulista pelo Jaboticabal Atlético, perderam dinheiro numa estranha contratação. A Polícia Civil confirmou que vai instaurar um inquérito sobre o aparente golpe aplicado nos jovens que foram para Jaboticabal (SP) com a falsa promessa de jogar no clube da cidade.
Em boletim de ocorrência registrado no sábado (1º), as vítimas alegam que pagaram R$ 30 mil para um agenciador que se apresentou como vice-presidente do Jaboticabal Atlético, mas que, ao chegarem ao interior de São Paulo, constataram que não havia acordo com o clube, afastado há dois anos de competições oficiais da Federação Paulista de Futebol (FPF).
A diretoria do Jaboticabal Atlético alega que não fechou nenhum contrato, mas que irá contribuir com as investigações. A Polícia Civil já identificou um suspeito, ainda não detido.
De acordo com a polícia, os atletas do Clube e Centro de Formação de Atletas Sarandi (Cefasa), de Porto Alegre (RS) chegaram a Jaboticabal em um ônibus fretado em 18 de fevereiro com a falsa expectativa de disputar categorias de base e profissional do time local pela segunda divisão do Campeonato Paulista.
Segundo Nierickson Silva, coordenador do Cefasa, o contrato previa o pagamento mensal de R$ 15 mil para manter os jogadores e cinco integrantes da comissão técnica no interior de São Paulo para disputar as categorias juvenil, infantil e júnior, além da possibilidade de colocar jovens na equipe profissional do clube paulista. O Jaboticabal Atlético, no entanto, alegou que não havia contrato, porque não está disputando nenhum campeonato oficial – o clube atualmente não tem estádio. Os atletas reclamam ter perdido ao menos R$ 30 mil.
“Viemos por duas vezes tentar entender essa negociação e não tomar nenhuma decisão precipitada. Apesar de todas as medidas, acabamos nos envolvendo com pessoas que não fazem parte da diretoria do clube e as despesas que enviamos para alimentação e alojamento dos jogadores até hoje não sabemos o paradeiro. Simplesmente sumiram com o dinheiro, nos deixando no prejuízo”, afirma o coordenador do Cefasa, que confirmou o retorno dos jogadores ao Rio Grande do Sul no sábado.
A Polícia Civil já identificou um suspeito e dispõe de fotos postadas em uma rede social – de pessoas que aparecem como diretores do Jaboticabal Atlético, mas desconhecidas na cidade– que serão anexadas ao inquérito civil.
Jaboticabal Atlético
A diretoria do Jaboticabal Atlético informou que o clube não fechou nenhum contrato com o Cefasa, pois a equipe paulista está fora de competições oficiais há dois anos, por não ter um estádio próprio. Também confirmou que o clube se sensibilizou com os atletas e prestou assistência a eles, inclusive no retorno para o Rio Grande do Sul.
“Infelizmente fatos como esses são corriqueiros no meio futebolístico, amplamente já divulgados na imprensa escrita, falada e televisiva, com matérias narrando histórias sobre indivíduos inescrupulosos, que usam de meios ardis, valem-se dos sonhos de pais e filhos que almejam sucesso no mundo do futebol”, comunicou o clube.