Maior fábrica do segmento de energia solar
no Brasil e primeira da marca na América Latina, a planta da Canadian Solar foi
inaugurada oficialmente ontem em Sorocaba, reunindo autoridades regionais,
estaduais e nacionais. Instalada dentro da Flex, na rodovia Senador José
Ermírio de Moraes (Castelinho), a fábrica está em funcionamento há 45 dias e
emprega 400 trabalhadores. A expectativa é de que além destes postos de
trabalho, outros 1.500 empregos indiretos sejam gerados. O investimento total
da marca, juntamente com a Flex Internacional, que passa agora a sediar mais
uma linha de produção, é de R$ 80 milhões. A capacidade é de 1 milhão de
painéis fotovoltaicos por ano.
A vinda da marca para produzir no Brasil (antes, a
Canadian possuía apenas escritórios no País) se deu por meio de apoio da
Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), com
conversas iniciadas em 2012. A empresa multinacional atua num ramo de interesse
do governo federal e faz parte dos planos para o futuro em sustentabilidade e o
uso de energias renováveis. Atualmente, menos de 1% da energia produzida no
Brasil é proveniente do Sol, índice muito aquém da meta do governo para os
próximos 25 anos, que é de superar os 30%.
Na avaliação dos representantes do poder público,
a instalação da fábrica da Canadian Solar no Brasil é o pontapé inicial para
atingir o objetivo dentro do prazo previsto. De acordo com o secretário de
Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia
(MME), Eduardo Azevedo, a ideia e potencializar a fonte solar tanto quanto a
energia eólica, que evoluiu bastante nos últimos anos. "A energia solar é
a fonte mais democrática e está disponível para todos. Este é o primeiro passo
no caminho para um ambiente mais sustentável no Brasil", destacou.
A possibilidade de aproveitar a luz solar
no setor industrial também foi enfatizada pelo governador Geraldo Alckmin
(PSDB), que participou da inauguração. "Somos uma país tropical, mas menos
de 1% de nossa energia é solar. Temos sol em abundância e, com isso, a
perspectiva de crescimento é maravilhosa", disse Alckmin. Ele ressaltou a
importância de Sorocaba para o setor industrial e a instalação da nova fábrica
como um alento frente à crise. "Trata-se de um investimento naquilo que o
Brasil precisa, que é retomar a atividade econômica". Alckmin considera
que o País está "saindo da crise" e deve entrar em 2017 com
crescimento no Produto Interno Bruto (PIB).
A mesma linha foi adotada pelo prefeito Antonio
Carlos Pannunzio (PSDB) em seu discurso. Em fim de mandato, ele agradeceu a
escolha da empresa pelo município e o empenho do seu secretariado pelo
"trabalho em equipe para atrair investimentos". Pannunzio lembrou
ainda que a nova empresa, além da geração imediata de empregos, irá contribuir
com a arrecadação do município por meio do recolhimento de impostos.
"Contrariando as coisas negativas que têm acontecido, Sorocaba consegue se
consolidar como um polo de energias renováveis", disse o prefeito.
R$ 2,3 bilhões
Segundo o presidente da
Canadian Solar, Shawn Qu, o investimento total da marca no País chega a R$ 2,3
bilhões e envolve ainda a construção de uma megausina fotovoltaica em Minas
Gerais, utilizando a produção de painéis em Sorocaba, prevista para ser
inaugurada no terceiro trimestre de 2017.
A ideia da empresa é fortalecer a participação em licitações por todo o País,
além de movimentar a economia local consumindo diretamente junto aos
fornecedores aqui instalados. Shawn Qu acredita este seja o "momento ideal
para empregar energia solar numa escala muito maior" no Brasil e disse
confiar que o País possa vir a se tornar líder regional e mundial na produção
de energia fotovoltaica, com potencial de crescimento exponencial nos próximos
anos.