A presidenta Dilma
Rousseff afirmou nesta segunda-feira (29), no Senado Federal, que este é o
segundo julgamento a que é submetida em que a democracia está ao seu lado, no
banco dos réus.
Dilma se referiu ao
período da ditadura militar, quando foi presa e torturada, durante depoimento
em sessão do seu julgamento por suposto crime de responsabilidade fiscal.
“Na primeira vez, fui condenada por um tribunal de exceção.
Daquela época, além das marcas dolorosas da tortura, ficou o registro, em uma
foto, da minha presença diante de meus algozes, num momento em que eu os olhava
de cabeça erguida enquanto eles escondiam os rostos, com medo de serem
reconhecidos e julgados pela história”, destacou.
Agora, quatro décadas
depois, sem prisões ilegais e tortura, o sentimento de injustiça é o mesmo,
garante a presidenta.
“Mais uma vez, a democracia pode ser condenada junto comigo. E
não tenho dúvida que, também desta vez, todos nós seremos julgados pela
história”, alertou.
A presidenta reforçou os
pontos apresentados anteriormente por sua defesa. Reafirmou que não cometeu
crime de responsabilidade fiscal e que, portanto, este processo de impeachment
não é legítimo. Dilma garantiu que os atos por ela praticados estavam
inteiramente voltados aos interesses da população.
“Eu não atentei, em nada, em absolutamente nada contra qualquer
dos dispositivos da Constituição que, como Presidenta da República, jurei
cumprir. Não pratiquei ato ilícito. Está provado que não agi dolosamente em
nada.”
Sendo assim, conclui a
presidenta, jamais haveria justiça em sua condenação.
Dilma: pela segunda vez eu
e a democracia estamos no banco dos réus