O incêndio que atinge uma área industrial no bairro Alemoa, em Santos, no litoral de São Paulo, chega nesta quarta-feira (8) ao seu sétimo dia. As chamas ainda não foram apagadas, mas o Corpo de Bombeiros aposta no "cold fire", uma espécie de espuma especial cedida pela Infraero após determinação da presidente Dilma Rousseff, para tentar pôr fim ao fogo.
O produto, que está à disposição das equipes de trabalho desde a noite de segunda-feira (6), não pôde ser usado por conta de dois vazamentos em tubulações próximas ao tanque que continua em chamas. A corporação tentará solucionar o problema utilizando espuma para o resfriamento dos pontos. Em seguida, um bombeiro entrará na área de contenção, em meio ao líquido com combustível, para tentar efetuar os reparos.
Assim que essa questão for solucionada, o "cold fire" poderá ser utilizado como parte da estratégia dos bombeiros para apagar o incêndio. “A estratégia agora é achar um caminho técnico para estancar os vazamentos em duas tubulações, que estão alimentado o incêndio”, explicou o coronel Marco Aurélio Alves Pinto, comandante do Corpo de Bombeiros no Estado, após nova reunião do Gabinete de Integração realizada na noite desta terça-feira (7).
Uma nova reunião de monitoramento do caso está marcada para às 9h, na Prefeitura de Santos, e deve contar com a presença do ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi. Ele estará acompanhado pelo secretário nacional de Proteção e Defesa Civil do Ministério da Integração Nacional, o general Adriano Pereira Junior. O ministro vai avaliar, junto com representantes da comissão formada por órgãos municipais, estaduais e federais, além do setor privado, possíveis ações para conter o incêndio e apoiar a população da cidade.
Membros do Gabinete de Crise, instaurado pelo Governo de São Paulo, se reuniram na manhã desta terça-feira, em Santos, para continuar discutindo o assunto. Uma das principais preocupações das autoridades é a qualidade do ar nos bairros mais próximos ao incêndio. De acordo com César Eduardo Valente, gerente da CETESB na Baixada Santista, tudo está dentro da normalidade.
"Continuamos a fazer o monitoramento da qualidade do ar e não encontramos nenhum problema que coloque a população em risco. A chuva forte ajuda a diluir os poluentes. Já os chuviscos mais fracos não ajudam. Também estamos mudando a Estação Telemétrica, que mede a qualidade do ar, da Ponta da Praia para a região do Jardim Botânico", explica.
Uma outra novidade no combate ao incêndio foi a instalação de um novo equipamento, no viaduto da Alemoa, que tem a capacidade de captar gases tóxicos em um raio de cinco quilômetros de distância.
"Estamos monitorando qualquer tipo de gás tóxico que está sendo queimado por causa do incêndio. Na área do evento, por enquanto, temos apenas gasolina, álcool e diesel", afirma o comandante da 1ª Brigada do Exército de Guarujá, João Chalella.
O Ministério da Pesca também está atuando na região nos últimos dias, fiscalizando os estabelecimentos que vendem peixes para que não haja venda de produto contaminado para os consumidores.
"Estão sendo tomadas medidas para controlar e monitorar a venda dos pescados. O principal objetivo é orientar as pessoas, já que não sabemos qual é o grau do problema ambiental", explica a analista ambiental Ana Angèlica Alabarce.