Senadores sugeriram
nesta sexta-feira que as eleições municipais previstas para
outubro sejam adiadas por conta dos impactos da epidemia do novo coronavírus
O
líder do PSL no Senado, Major Olímpio (SP), encaminhou ofício à presidente do
Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Rosa Weber, em que pede o adiamento
das eleições para 2022 para evitar o contágio de pessoas com o início da
campanha eleitoral e ajudar na economia de recursos públicos.
“A
crise provocada pelo coronavírus, com a consequente incerteza não somente sobre
a extensão, mas também sobre a duração desta pandemia que tem vitimado milhares
de pessoas em todo o mundo, tem gerado a paralisação de diversas atividades”,
diz o documento encaminhado ao TSE.
O
senador argumenta, no ofício, que o início da campanha eleitoral, em agosto,
irá resultar em “movimentação e aglomeração de pessoas não somente durante todo
o período da campanha política, mas também no dia da população ir as urnas,
momento que pode gerar uma grande multiplicação do contágio desta doença”.
“É válido ressaltar também, além do fatos de disseminação do vírus, que por sua
ação há um reflexo direto na economia no Brasil”, citando gastos previstos com
o fundo eleitoral, e os recursos a serem utilizados pela Justiça Eleitoral para
a realização das eleições.
O
líder do PSL não foi o único a recorrer ao TSE sobre as eleições. Constam, no
sistema eletrônico do tribunal, pelo menos duas consultas sobre o tema.
Durante
a sessão desta sexta-feira em que foi aprovado o decreto de calamidade pública
por unanimidade, parlamentares aproveitaram para tocar no assunto. O senador
Carlos Viana (PSD-MG), aproveitou fala em inédita sessão remota da Casa para
levantar o tema.
“Quero
aqui também, senhor presidente, colocar a todos os pares do Senado, já há um
primeiro pensamento sobre a possibilidade de nós adiarmos as eleições de
outubro”, disse.
“É
claro que essa é uma decisão ainda prematura, mas que precisa começar a fazer
parte das nossas discussões, em primeiro lugar pelo calendário que ora já está
valendo e que pode ser muito prejudicado pelas quarentenas com o cancelamento
das reuniões”, argumentou, acrescentando ser necessário que o ministro Roberto
Barroso, próximo a assumir o comando da Justiça Eleitoral, inicie uma avaliação
sobre a possibilidade.